O melhor pode não existir....

Published on 9 January 2025 at 04:58

É possível definirmos algo ou alguém como "o melhor"? Há dois tipos de avaliações. Existem coisas quantitativas e coisas qualitativas. Um analisa a quantidade contável de algo e o segundo, a qualidade de algo. O primeiro dá para medir, contar, separar... O segundo depende dos critérios de avaliação.

Por exemplo, um powerlifter (um atleta que compete levantando o maior número de pesos). Parece fácil: o vencedor é aquele que levantar de uma só vez mais peso. Pesos esses que são contados e medidos em kg. O problema se encontra em "melhor". Muitos se classificam no fim dos campeonatos como "o melhor do mundo" ou "o melhor do ano". No evento onde isso é definido, não foi feita a avaliação de todos os seres humanos presentes na Terra. Apenas foram medidos os quilos que cada atleta levantou (no caso do powerlifter, claro). Mas, para definir como o melhor do mundo, TODOS deveríamos ser testados para consagrar alguém como o melhor. Ainda assim, na definição de o melhor entre os presentes da competição, avaliar o que pegou mais peso naquele momento seria o correto? Porque o que ficou em segundo e em terceiro poderiam ter vencido caso mudassem ínfimos fatores. Imaginemos que o que ficou em segundo tivesse dormido melhor na noite anterior; imaginemos que o que ficou em primeiro lugar tivesse comido um pouco mais e ficado ligeiramente maldisposto. Podemos imaginar também que, se o humor de cada atleta estivesse diferente, os resultados seriam os mesmos?

Temos, em análise, os gostos qualitativos. Se os gostos relacionados à quantidade já são dúbios, imaginemos os da qualidade. Quais os critérios para definir qualidade? Qual entre os "especialistas" seria o melhor para defini-la? Qual a melhor época para defini-la? Pois o melhor bolo de chocolate pode ou não ter critérios diferentes dependendo do lugar, assim como de épocas diferentes da história. Se eu gosto mais de arroz e outra pessoa gosta mais de massa, quem está certo? Então, como, entre os dois, definimos o melhor?

Como não concluir que títulos como "O maior", "O melhor", "O mais espetacular", etc., nada mais são do que propagandas ilusórias para chamar a atenção das grandes massas?

A verdade é que o mundo e a história estão repletos de coisas, feitos e pessoas magníficas mas diferentes áreas. 
Celebremos tudo isso com o devido entusiasmo e respeito. Em vez de competições cegas, fanáticas e cheias de ego, que possamos contemplar cada singularidade em comunhão com o nosso próximo. 

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