Saber quem sou

Published on 7 December 2024 at 04:03

Um dia, acordamos com um vazio e sem a sensação do controlo das nossas vidas. Nós esquecemos quem somos ao longo do caminho. Bem, se acredita que somos o ADN dos nossos pais misturado com todas as experiências que passamos através da vida. Mas, por outro lado, nós somos o que fazemos continuamente.

Todos nós temos um propósito. A natureza nos dá pequenas dicas sobre qual deverá ser o nosso caminho na jornada da vida. Essa dica está em como nos sentimos exercendo, praticando e melhorando as nossas aptidões naturais. Todos as temos. Quando fazemos isso, nos tornamos um com o cosmos. Só que, por vezes, a vida não tem preocupação nenhuma com o nosso bem-estar e com o nosso alinhamento com o nosso "destino". Por vezes, coisas na vida acontecem e nos moldam em coisas diferentes, em pessoas diferentes. Nós esquecemos quem somos ou quem queríamos ser, somos afastados do caminho e chegamos nessas manhãs cinzentas onde o vazio nos invade. Mas há coisas na nossa vida que servem como chapadas de iluminação e nos mostram que este não somos nós. Muitas vezes, nos deixamos definir pelos nossos erros, falhas na vida ou pela perspetiva das outras pessoas. Mas está errado. Nos vemos erradamente. E aí vêm essas chapadas gostosas que nos lembram de como era bom quando fazíamos o que nos dava prazer natural. Aí, nos reconectamos e voltamos ao nosso caminho certo.

Por vezes, o nosso caminho ou a nossa natureza não esteja a par com a janela moral da sociedade. Mas devemos, acima de tudo, nos respeitar e nunca trair os nossos valores. Importantíssimo saber porque é que acreditamos em cada um desses valores. Devemos os examinar ostensivamente. Devemos ponderar os valores opostos e saber argumentar do porquê de termos esses valores e não outros. Eles sim nos definem. Pois o mundo nos tenta derrubar, e a ação natural do ser humano como animal social é deixar de lutar pelo que ele vê que é certo em troca da sua paz.
Isso é visto normalmente como amadurecer e "escolher as próprias batalhas". Mas compactuar com aquilo que acreditamos ser errado é prostituir a alma, auto-traição, sabotagem auto-infligida. Não desiludamos o nosso eu mais jovem. Sejamos fiéis a nós mesmos. Por mais que nos apontem o dedo ou a vida doa. Evoluir a mente, sim. Buscar os valores que mais perto ficam da verdade universal. Mas nunca prostituir os valores em troca da paz. Quando o Homem morre, aí ele tem paz. Enquanto vivos, vivamos.
Sejamos todos eudaimônicos...

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