Todos os dias as nossas células morrem e outras são criadas. As células novas que se formam em nós são uma cópia das outras, mas com um pequenino defeito em comparação com as que morreram. De uma célula para a outra a diferença é minúscula. Mas no longo prazo é isso o que faz os nossos cabelos caírem ou se esbranquiçarem, a nossa pele se enrugar e descair, enfim... É o que nos torna velhos.
Mas o "eu" que quero falar aqui é o "eu mental". O espírito por dentro da matéria. Para os não espirituais ou que não acreditam, é o eu psicológico, a mente, o software...
Nós adquirimos a nossa identidade mais ou menos entre a adolescência e o início da juventude adulta. Aí é o pico da energia física humana, mas é o início de um "eu" bastante inexperiente. Normalmente os novos "eus" são trazidos com novos aprendizados na vida. Nesta jornada da inocência para a sabedoria na posterioridade. A aprendizagem tem 3 formas comuns de chegar a todos nós. Como primeiro exemplo temos a que é adquirida através da contemplação dos outros. Vemos o que deu mal e o que deu certo na vida dos que nos rodeiam e aplicamos na nossa vida. Raríssima essa forma de aprender, mas ela existe e acontece sim. O segundo exemplo e pelo amor, alguém nos aconselha, nos ensina, nos explica o porquê das coisas. Este tipo de aprendizagem, os mais inteligentes são os que a adquirem normalmente. Por fim temos o mais comum e transversal a todos nós, a aprendizagem através da dor. Tanto física como psicológica. O típico "cabeça dura". Queremos fazer do nosso jeito, mesmo quando nos dizem que não seria certo avançar por aí, mesmo que conhecemos alguém que se tenha prejudicado seguindo esse caminho, mas nós é que sabemos e vamos mesmo assim.
Conforme vamos evoluindo e deixamos os nossos "eus" para trás, porque já não nos servem pois mudamos psicologicamente. Nós deixamos vários "eus" guardados num armário próprio dentro de cada um de nós. São como pó em forma de lembranças daquilo o que passamos quando éramos esses "eus". Os nossos antigos "eus". A pessoa que fui na escola, a pessoa que fui na universidade, a pessoa que eu era solteiro, a pessoa que era quando casei, a pessoa que eu era na altura que fui pai, etc...
Por isso eu pergunto, quando algo específico acontece na nossa vida, no momento exato que essa situação ou pessoa se encontra com algum dos nossos "eus" no seu devido presente será predestinação ou mero acaso? Pois se o ambiente sempre nos molda, porque é que tudo acontece como acontece? É o acaso ou tudo só poderia ter acontecido como aconteceu?
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