Café e açúcar, uma prova da hipocrisia

Todas as coisas tem uma definição. Uma série de características para que se possa definir algo como sendo essa coisa. Exemplificando, uma cadeira sempre terá um ou mais pés, uma superfície para sentar e um encosto. Se não tiver um destes, não será uma cadeira; poderá ser um banco, um avião, um poste. Ou seja, tudo tem que respeitar uma série de padrões para ser definido como algo.

Qual é a definição de drogas? Elas têm que, após consumidas, alterar a nossa mente. Têm que ser viciantes. Por fim, têm que causar um efeito de abstinência quando não consumidas. Sendo estes os 3 pilares para se identificar qualquer coisa como sendo uma droga. Questão: o açúcar e o café não se enquadram nesses três pilares? Quantas vezes já dissemos: "Estou a precisar de um cafezinho para ter mais energia", ou pensamos no efeito que coisas açucaradas têm no cérebro, alterando totalmente o nosso humor. Se usamos esses dois no nosso dia a dia e, de repente, paramos de consumi-los por uns dias, o nosso humor irá variar imenso. Acontece isso por acaso com legumes, frutas ou outras comidas?

Então, o Estado, que cria leis para nos "proteger" das drogas, não deveria proibir essas também? Estudos já comprovaram que o açúcar é mais viciante do que a própria cocaína. Mas, claro, se consumirmos cocaína na mesma dose diária que o açúcar, ela será muito mais nociva para o corpo. Agora, principalmente no Ocidente, um dos maiores riscos de morte não é, por acaso, a obesidade mórbida? Claro, da qual o açúcar tanto influencia.

Mas por que não as proíbem? Por que vemos açúcar e café sendo vendidos nos mercados pelo mundo todo? Será esta a prova de que quem faz as leis age com hipocrisia conforme lhes apetece manipular as massas?

A guerra contra as drogas, cujo auge ocorreu nos Estados Unidos da América, foi baseada numa moral hipócrita e em ego. Quem vai destruir a sua vida com as "drogas" já o faz diariamente. Restringir um povo de escolher o que deve ou não consumir é adestração social. Muitas vezes, trocamos liberdade por segurança. Mas será que não é um preço demasiado alto a ser pago?

E aqui o açúcar e o café são servidos como pequenos exemplos. Mas podemos também expandir para outras áreas e vermos a mão do estado invasivamente presente.